Mastigar bem os alimentos ajuda a emagrecer

Imagem: Mint_Images, de envatoelements
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Diferente de alguns mitos sobre alimentação, a mastigação influencia não somente na digestão do alimento como também é um dos reguladores da saciedade. Antes de explicar como a mastigação interfere no processo, vamos entender o que é fome, apetite e saciedade.

Atitudes e comportamento alimentar são hoje assuntos largamente estudados e divulgados nas mídias. Com a evolução da ciência da nutrição, percebemos que comer não é apenas uma ato ?biológico?, mas que também envolve outros fatores como crenças, estado de humor, fatores sociais, ambientais e hábitos adquiridos ao longo da vida. Eles são influenciadores do nosso comportamento e nossas escolhas alimentares.

Antigamente, não havia supermercados, alimentos processados eram inexistentes e comer envolvia esforços que hoje não existem mais. Assim, nosso organismo foi adaptado para armazenar a maior quantidade de calorias possível como forma de sobrevivência.

Fome e saciedade
Para regular o processo de alimentação, sinais biológicos de fome e saciedade foram adaptados e fazem parte de um complexo sistema interno de regulação que envolve atributos biológicos e não biológicos.

Com a facilidade da vida moderna, obter alimento passou a ser algo fácil e, com isso passamos a comer sem estar com fome. O que antes era decorrente de um sinal biológico passou a ser um "hábito" com hora marcada. Assim, outro sinal que regulava o controle de ingestão alimentar também não é mais percebido. Como podemos sentir saciedade se não estamos com fome de fato?

A saciedade é descrita como a percepção de plenitude gástrica, com a perda da sensação de fome após o ato de comer. Fome por sua vez é a necessidade fisiológica de comer. Se fomos educados a comer pois está "na hora", os sinais internos de fome não são mais reconhecidos como algo biológico e passamos a perceber a fome mais como um fator ambiental.

Passamos a comer por satisfação e prazer, e o desejo de comer um alimento específico ou grupos de alimentos como forma de obter satisfação é algo comum. A esse processo damos o nome de apetite.

Benefícios da mastigação
E onde a mastigação entra nessa história toda? Como podem lembrar, no início deste artigo falamos que existem reguladores que determinam nossa ingestão alimentar, e a mastigação é um deles. Nosso cérebro demora em média 20 minutos para perceber que estamos saciados a contar da primeira mastigação. Se comermos muito rápido, nossa percepção de saciedade ocorrerá quando o estômago estiver "cheio" e enviar ao cérebro o sinal de plenitude gástrica, o que faz com que a ingestão de alimentos seja maior do que se mastigássemos mais vezes.

Além disso, mastigar bem os alimentos também auxilia no processo de digestão, uma vez que esses ficarão melhor triturados e com isso mais fáceis de serem digeridos. Outro benefício da mastigação é que, durante o processo de mastigar, nosso corpo recebe sinais e se prepara quimicamente para digerir e absorver os nutrientes dos alimentos, fazendo com que ocorra uma melhor absorção e digestão dos nutrientes ingeridos e sirva também como um regulador da ingestão alimentar.

Uma técnica muito utilizada na nutrição comportamental é a reeducação dos sinais biológicos de fome e saciedade. Para tal, ensinamos nossos clientes a durante as refeições fazerem pausas para perceber a saciedade e a fome. Muitos se surpreendem com o fato de se sentirem saciados com uma quantidade muito menor de alimentos do que àqueles habitualmente ingeridos.

Com esse simples hábito de comer com atenção aos sinais biológicos de fome e saciedade, muitas pacientes minhas conseguem controlar sem medicação e de maneira natural a ingestão adequada de alimentos. Assim, perdem peso e percebem que de fato comiam em excesso por fatores externos como ansiedade e hábito, não por "fome".

Espero que esse artigo ajude vocês a entender que podem controlar a quantidade de ingestão de alimentos com o simples ato de "perceber" os sinais de saciedade. A mastigação será uma ação fundamental nesse processo.

Fonte: Minha Vida, escrita pela Dra. Camila Marques Meizler

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