nativa. A ideia foi de Fernando Luiz Quagliato, que era um dos 4 herdeiros da usina.
Com as novas árvores no espaço, uma das vantagens percebidas foi a melhora na qualidade de vida dos trabalhadores. José Carlos trabalha na fazenda há 40 anos e comenta que, no início da restauração, não pensou que chegaria o dia em que passaria seu horário de descanso sentado ao pé de uma árvore.
Pesando na balança
A iniciativa ecológica não sai barata. Manoel de Andrade, gerente de meio ambiente da usina, comenta que, ao todo, o plantio de 550 mil árvores, somado ao custo de manutenção delas por três anos, saiu por cerca de R$ 11 milhões.
Ele explica que cada árvore, além do valor da semeadura, exige entre R$ 20 a R$ 30 neste período.
O investimento permitiu aumentar a reserva legal e recuperar áreas de preservação permanente. Também gerou mais matéria orgânica no solo, o que torna o ambiente mais propício para que a semente caia e germine.
Além disso, as nascentes da região se desenvolveram e isso é bom para a natureza e para a produção, já que essa água pode ser usada no cultivo. Para processar uma tonelada de cana vão 690 litros de água. Na época da safra, entre abril e dezembro, são moídas 16 mil toneladas por dia.
Com a preservação, os reservatórios da usina quase não sentiram a seca enfrentada na área. Essa recuperação da mata e dos rios também impediram a erosão e assoreamento dos rios e ainda formou um corredor ecológico nos trechos mais compridos de vegetação.
Juntamente, vieram os animais, como passarinhos e até outros maiores, como a onça-parda e o tamanduá-bandeira. A estimativa é de que o aumento de espécies no local foi de até 60%.
Obtendo renda com a natureza
Apesar de ter o açúcar e o álcool como produtos principais, a empresa também gera ração animal com a levedura da produção do combustível e usa alguns resíduos, como a vinhaça, para adubar o campo.
Além disso, o bagaço da cana queimado nas caldeiras gera energia elétrica que supre a usina e também é comercializada.
Esse benefício se chama Renovabio e funciona da seguinte maneira:
Os distribuidores que vendem combustíveis fósseis, como a gasolina, precisam compensar a emissão de gases de efeito estufa. Para isso, eles compram créditos de descarbonização de usinas produtoras de biocombustíveis, como o etanol.
Contudo, para ingressar neste programa, as empresas precisam seguir algumas regras. É necessário, por exemplo, preservar a vegetação.
Fonte: G1.globo.com